Da praia para o Museu?
Meia-lua – Costa da Caparica – Anos 60
Museu de Marinha – Saveiro da Costa da Caparica
O meia-lua da Costa da Caparica, também conhecido pelo nome de saveiro e barco da arte era o barco usado na Caparica para a arte xávega, que lembra pelo seu arqueado e pela quase igualdade das bicas uma meia-lua perfeita. Manuel Leitão define o meia-lua como sendo mais pequeno que o barco do mar, com fundo chato, mas com um tosado importante, que o levanta numa curva bastante acentuada até às rodas de proa e de ré, produzindo o perfil característico em crescente, que dá à embarcação o seu nome.
Actualmente, esta embarcação embeleza a galeria exterior do Museu de Marinha, conducente ao Pavilhão das Galeotas. Mede de comprimento 8,50 metros, de boca 2,40 m. e de pontal 0,80 m. Existia um meia-lua, em tudo idêntico, no Museu de Exeter (Anos 90).
Expor, em seco, embarcações em salas ou galerias de museus é um dos meios de preservação de embarcações tradicionais. Satisfaz? Vantagens, terá sempre bastantes. É melhor do que nada. Quais as desvantagens? Imaginamo-las rapidamente. Poderia o país ter perseverado a quantidade interminável de embarcações tradicionais que possuíamos, desde a orla marítima, às fluviais ou às estuarinas?
Seria viável e auto-sustentável tal procedimento? Ou deveria ter sido necessário ir definindo ou definir ainda critérios de validação?
Para conhecer a riqueza do país marítimo que fomos e o que nos resta, poderá assistir no MMI. ao lançamento do livro REGRESSO AO LITORAL – Embarcações Tradicionais Portuguesas, editado pela Comissão Cultural da Marinha, pelas 17 horas do próximo sábado, dia 29 de Novembro.
A apresentação da obra estará a cargo do Comandante Rodrigues Pereira, Director do Museu de Marinha. Participará na sessão o Presidente da Comissão Cultural da Marinha, Almirante Rui de Abreu.
Imagens – Arquivo pessoal da autora
Ílhavo, 26 de Novembro de 2008
Ana Maria Lopes
Ora aqui está uma boa oportunidade para relembrar as famosas embarcações do nosso litoral e de as ter em casa, já que não em miniaturas, pelo menos em livro. É também a forma de juntar o útil ao agradável resolvendo, de forma simpática, alguns problemas relacionados com ofertas de Natal.
ResponderEliminarJR
Boa tarde.
ResponderEliminarFosse a apresentação duas semaninhas mais tarde e estaria presente por certo.
Documentar com desenhos, depoimentos, fotos, etc, é o máximo que para já se pode fazer com muitos desses barcos. No futuro, mais ou menos próximo vamos lá ver o que se pode fazer, reconstruíndo e re-ensinando.
É possível e acredito profundamente nisso. Há que re-educar as populações quanto ao valor da interacção com o mar.
Atentamente,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt
Muito bom dia
ResponderEliminarApesar de estar bem longe, não posso deixar de enviar parabéns e votos de felicidades para a autora deste blog e seus livros.
Um lançamento cheio de sucesso.
RSM
Foi sem hesitação um lançamento singelo, mas com um especial significado pela presença de tão ilustres convidados. A partilha da informação do CMDT Rodrigues Pereira referindo a curiosidade do embarque das mulheres nos moliceiros e os elogios constantes à autora dera-me curiosidade para continuar a seguir o seu rasto e estar atento ao seu blogue, que em muito contribui para o enriquecimento dos marinhotos espalhados ao longo da costa.
ResponderEliminarEsse barco pertenceu a meu avô. Só existe esse e outro neste momento e não está em Portugal.
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