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Parece que a luz dos faróis nos
norteia, também em terra, sobretudo quando gozamos férias na Costa-Nova. E quem
não deu os seus passeios até ao farol, a pé ou de bicicleta? E quem não o
subiu, na escalada dos seus 271 degraus, ou mais recentemente, de elevador,
para apreciar, de perto, os tais metais polidos e “repolidos” da sua óptica
reluzente? E o panorama deslumbrante, assombroso, quer da imensidão do verde
prateado do mar calmo ou revolto, sob um céu azulino ou violáceo, quer da
planura recortada por estradas, laguna e casario esmagado, que nos alongam a visão
até ao recorte das serranias mais próximas – Caramulo?
E se um nevoeiro denso, qual pano de cena, nos absorve em nós próprios, numa ambiência ensimesmada, misteriosa e acinzentada?
Com um primeiro projecto datado de
1841, vicissitudes várias fizeram com que a obra fosse apenas iniciada em 1885
e confiada ao Engenheiro Benjamim Cabral. Foi concluída em 1893, pelo
Engenheiro José Maria de Mello e Mattos.
Algumas
curiosidades sobre o Farol de que todos nos orgulhamos:
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demorou oito anos a construir (
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a sua construção importou, sensivelmente, em
60.000$00 réis;
– tem uma torre de alvenaria de secção
circular, em que foi utilizado o grés de Eirol e alguns granitos, encimada por
uma lanterna cilíndrica, terminada em cúpula com cata-vento;
– inicialmente, uma trompa de Holmes de ar comprimido instalada nas proximidades do farol, constituía o sinal sonoro, para aviso à navegação, em dias de nevoeiro; conhecido pelo termo ronca, foi, ao longo dos tempos, alvo de várias transformações; hoje, é um quase imperceptível sinal sonoro;
– em 31 de Agosto de 1893 foi inaugurado
oficialmente pelo Ministro das Obras Públicas, à época, Conselheiro Bernardino
Machado;
– a 15 de Outubro do mesmo ano,
fez-se ver, pela primeira vez, a sua luz, através da projecção de quatro
clarões brancos, de 24 em 24 segundos, separados por eclipses;
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em 1936, foi electrificado, através da instalação de grupos electrogéneos;
– em 1947, após intervenções sucessivas de conservação,
instalou-se-lhe um novo equipamento óptico, com um alcance luminoso de
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em 1948, foi-lhe instalado um radiofarol Marconi;
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em 1950, passou a ser alimentado pela energia da rede pública;
– em 1958, foi provido de um elevador
de acesso à torre, alternativa aos seus 271 degraus graníticos;
– em 1987, esteve representado numa
emissão filatélica e na Exposição “Faróis de Portugal”, tendo sido igualmente
objecto de uma medalha mandada cunhar pela Direcção de Faróis;
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em 1990, foi automatizado;
– em 1993, foi alvo, em Ílhavo, de
festejos do centenário, com pompa e circunstância;
– em 30 e 31 de Agosto de 2008, com alguns festejos bastante mais singelos, foram lembrados os seus 115 anos de existência, pela CMI.
– ao longo dos tempos, tem servido de fonte de inspiração a artistas plásticos: Amadeu Teles, em 1912, numa bonita paleta de cores envelhecidas, Eduardo Alarcão, em 1987, numa interpretação original e “naïve”, Alfredo Luz, em 1989, com um certo toque surrealista. Dele existem igualmente, registos, em azulejaria.
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Fonte Nova – Aveiro
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é o mais alto farol de Portugal e o segundo maior da Europa.
Foi inserido no livro “Faróis – a terra ao mar se anuncia” de J. Teixeira de Aguilar, com a boa apresentação e qualidade que caracterizam as edições dos CTT, em Abril de 2008.
Todos
nós olhamos o nosso farol, é um ponto de referência, quer lhe chamemos da
Barra, de Ílhavo ou de Aveiro, com carinho e alguma admiração.
É
alto e imponente, numa torre de
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Costa-Nova, 31 de Agosto de 2022
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Ana Maria Lopes
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