O lugre Ilda cujo
construtor foi António Dias dos Santos, de Fão, em 1906, tinha uma arqueação bruta de 225,27 toneladas e 189,30, de
arqueação líquida. Era pertença do armador Daniel Silva, de Angra do Heroísmo,
com registo em Aveiro.
Respigando
a notícia: – «há perto de um mês desceu do ancoradouro da Gafanha para a boca
da barra o lugre Ilda, propriedade do Sr. Daniel da Silva (…) que, por não poder
sair, ali ficou aguardando o dia seguinte. Quando o seu capitão, António de
Oliveira da Velha, procedia a manobras, verificou que o barco estava em seco.
Rebocado ora por um, ora por outro rebocador, no dia 13 do corrente mês (Agosto), conseguiu safar-se do banco de areia, tomando a direcção do mar. Quando ia na pancada da vaga, foi apanhado por um valente estoque de água que o arrastou para sul do Farol, onde encalhou».
Com um
acesso fácil, através de escada improvisada, aos proprietários, tripulação e
seguradores e, sempre que assim acontecia, era um tal arraial de voyeurs, em vaivém, para ver realmente visto aquilo que, de
facto, acontecera.
O capitão, piloto, Sr. José Russo, e outros tripulantes, como já referi, oriundos de Ílhavo, foram salvos por barcos de pescadores, assim como a maior parte da carga constituída por sal, cal, louças e fósforos.
O navio
estava seguro numa companhia inglesa por 110 contos, que tomou conta do barco
e, em dias seguintes, fez a venda dos salvados em hasta pública.
E assim a acabou a romaria à Barra, pelo menos sem perdas de vidas humanas. E logo em Agosto!...
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Fotografias – Arquivo Digital de Aveiro.
Costa Nova, 13 de Agosto de 2020
Ana Maria Lopes-
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