Porque
gostei muito e quase me chocou, alguns respigues do discurso de Álvaro Garrido,
na apresentação de «Uma janela para o Sal» na antiga Capitania de Aveiro, que
consegui através da Rádio Terra Nova:
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«(…)
É um texto poético, ela (Ana Maria Lopes) diz e teima que este é o derradeiro
livro, mas, eu há pouco, disse-lhe que seria o derradeiro antes do próximo,
certamente, será. Nós sabemos que ela é assim.
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É
um livro poético feito de imagens, honra ao Paulo Godinho, também feito na
altura certa.
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A
Dra. Ana Maria Lopes tem um talento especial para captar as coisas no momento
final em que elas podem ser captadas e isto significa uma elevadíssima
consciência patrimonial, ou seja, um apurado sentido de declínio da memória e das
identidades e, não é por acaso, que o Paulo guardou estas imagens em «slides»
desde os anos 80, e, se elas não fossem dos anos oitenta, como disse o Sr. Vereador,
não eram tão expressivas das lides do sal, da safra do sal e tão evocativas e
exaltantes para evocar os heróis que aqui desfilam que são as figuras sociais
às quais nós rendemos homenagem – o marnoto, o moço, o barqueiro, basicamente,
o MARNOTO,
figurante de todos os outros.»
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O
discurso do apresentador foi forte. Calou-me bem fundo, na altura em que falou na escola de
Coimbra, «Palavras e Coisas», defendida pelo Professor Paiva Boléo, Catedrático
de Filologia Românica, que tanto influenciou a minha formação. Senti-me, no
momento, com 18 anos, então, sua aluna e sua fiel seguidora, como sempre fui,
até hoje.
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Aveiro,
4 de Junho de 2015
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Álvaro Garrido
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ResponderEliminarCorroborando inteiramente aquilo que o apresentador diz a propósito da autora da obra apresentada, e parafraseando alguém, apenas direi:
Ditosa terra que tais filhos tem!
Parabéns a ambos.
Al bino Gomes