A
minha bíblia sobre a Costa Nova, é, infalivelmente, o livro Costa-Nova-do-Prado
– 200 Anos de História e Tradição, de Senos da Fonseca, 2009. É um
tratado sobre a dita praia da minha infância, juventude, maioridade e vetustez.
Congelou-a no tempo. Com a escrita, sim, mas, também com a imagem.
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Relendo-o,
folheando-o, revisitando-o, traz-me sempre mais alguma novidade.
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Como
o autor diz, poderia ser sempre melhorado. Como tudo. A meu ver com a
introdução de mais alguns postais, que vão aparecendo em alfarrabistas, que
pessoa amiga colecciona e que, aos poucos vai trazendo a lume. Este
bilhete-postal, embora incorrecto na identificação, pois lê-se – Aveiro – Costa Nova – com o que fico revoltada,
pela ignorância ou confusão do editor, representa inequivocamente um trecho da
Costa Nova, que foi a nossa (ilhavense) jóia
da coroa.
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Já
que o Marintimidades entra no seu 7º ano de vida, por vezes, os
recursos temáticos vão rareando ou, para mim, não são os mais apetecíveis.
Vamos indo e vendo.
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Decidi
ir postando alguns desses postais,
por vezes datados, o que lhes acrescenta uma mais-valia.
E
para começar… Que me apraz dizer? Este postal não é datado.
Vagueio
no tempo:
Sem
dúvida, uma foto antiga. Mas talvez não tão antiga como a apreciação dos trajes
nos conduz.
Entre
1910 e 1930? Aposto… Por comparação com outras imagens, talvez, anos 20.
O
casario, pela sua posição alongada, não permite grande identificação, mas uma
das primeiras casas de alvenaria da praia, do séc. XX, talvez conhecida por
«Vila Africana», propriedade de um Dr. Diniz (?), que ainda hoje existe, lá ao
norte, dá-nos nas vistas.
A
beira-ria que nos apraz observar é mesmo à borda-d’água. O areal lambe-a. A
estrada ainda não é entrecortada por nenhuma muralha e, muito menos, pela esplanada.
Abicadas
no areal, algumas embarcações identificadas como moliceiros, na sua elegância de vela erguida para os céus,
embelezam o conjunto.
E,
a propósito de moliceiro. No primeiro
não tenho dúvidas, é-nos dado apreciar os dois painéis, proa e popa, de bombordo. Já são pintados com uma área
muito razoável, longe na perfeição que foram atingindo por meados do mesmo
século passado.
Todo
o conjunto é envolvido por uma luminosidade enternecedora, daquelas, sempre em
mudança, que caracterizam a nossa praia a cada hora do dia.
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Postal
gentilmente cedido por PHC.
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Ílhavo, 30 de
Janeiro de 2015
Ana Maria Lopes
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