domingo, 21 de abril de 2013

Quando o moliço era REI (anos 50)

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Sempre que me vêm à mão imagens desta qualidade, não desperdiço a oportunidade de as observar atenta e minuciosamente, e logo que surgida uma oportunidade, de as divulgar. Nunca são demais, dado o seu encanto. Imagens destas, vi-as vezes sem conta nas lonjuras do Canal de Mira, frente à Costa Nova.
 
A sedução da ria com as suas esbeltas embarcações moliceiras fazia-nos largar de supetão o que quer que houvesse a fazer. E logo os olhos e o espírito vogavam para perto delas.

 
Ora, aquelas agora chegadas à mão têm como paleta de fundo a água espelhada do Canal do Boco, mais concretamente entre a Ponte de Água Fria (Vagos) e a antiga Ponte de Fareja. As mesmas mostram os amanhadores da ria a encaminharem-se para montante, para o Cais das Folsas Novas, no Boco.


Em procissão, os moliceiros, de vela enfunada, com vento de popa, à ida, contrastam com o pano bamboleante, no regresso.

 
Da imagem e da quantidade das preciosas ervagens, ressalta a quantidade de tráfego lagunar, à época. Tanta embarcação carregada faz-nos perceber o número de malhadas necessárias para o seu comércio, sitas ao longo das margens lagunares, de norte a sul.


Em cortejo, os amanhadores da ria


Efeito em contraluz

 
Os dois belos cisnes norteiros, na sua elegância e graciosidade, de velas ao vento, vogam sobre as águas calmas e brilhantes da ria, já mais leves, de regresso ao Norte.


De regresso ao Norte
 

Um matola menos esbelto no seu breado negro, de regresso a casa, mira-se atrevido entre os seus pares, nas águas lagunares que correm sedutoras, entre margens verdejantes, enfeitadas de ervagens e arvoredo, reflectidas no espelho lagunar. O céu, salteado de novelos de algodão, completa a sublime paisagem.
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Matola solitário voga nas águas, para sul


Fotos da autoria do Dr. Armando Vieira Teles, cedidas por Jorge Manuel de Moura Vieira Teles.
 
Ílhavo, 21 de Abril de 2013
 
Ana Maria Lopes
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