quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Caravela Latina - século XVI

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Não encontro ninguém muito entusiasmado com nada (a começar por mim) …e o amigo Marques da Silva deu praticamente por terminados os modelos de embarcações lagunares que fez. Tarefa entusiasmante…Depois de umas impressões trocadas na sua estadia natalícia, na Gafanha, há uns dias enviou-me este texto que elucida as imagens clicadas, em Dezembro. Mas com alguns esforços, fui-lhe arranjando mais uns biscates. Vamos a ver se a paciência e competência do modelista o conduzem à sua execução.
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Verificando que estava concluído o último modelo da colecção de barcos da ria, um amigo conhecedor dos meus hábitos de trabalho, entendeu, chegada a hora, de me arranjar uma nova ocupação.
Tinham-lhe dado uma embarcação principiada a construir e, em sua opinião, entendia ser eu quem devia continuar este trabalho.
 De princípio ainda olhei de lado, mas quando peguei naquele conjunto de cavernas bem alinhadas, colocadas sobre uma quilha e ligadas entre si pelo que seria a cinta, na altura do convés, o bicho do modelismo apareceu.
Revistei o saco onde vinha e lá estava o molhinho do tabuado do costado e mais algumas peças de madeira sem aplicação definida. Tratava-se sem dúvida de um kit.
Mas, onde estava o plano de construção? Não estava. Sendo assim, era preciso encontrá-lo, pois sem ele não tinha qualquer hipótese de concluir esta tarefa.
Conversando com alguns amigos acerca de este assunto, apareceu um desenho que coincidia, em dimensões, com o esqueleto que eu tinha. Tratava-se de uma caravela latina de três mastros.
 
 
 
Ei-la, de proa…em fundo azul
 
Devia agora fazê-la nascer, a partir do cavername que me veio ter às mãos.
Como o desenho que conseguimos não nos dava todo o conjunto de pormenores que eram necessários, procurámos os elementos que me faziam falta, observando os vários modelos existentes no Museu de Marinha e procurando o que havia escrito acerca das caravelas.
 
 
Perspectiva da ré…
 
Foi com auxílio destas ajudas que o meu modelo foi sendo construído, equipado e aparelhado para navegar. Será que tudo está certo?
Fiz o meu melhor e dei por mim constatando que este navio, não só oferecia condições para ser utilizado em viagens de comércio, mas podia igualmente ser aplicado na pesca longínqua, no mar dos bacalhaus.
 
 
Pormenores do interior (à popa)
 
 
Como sabemos, desde os primeiros anos do século XVI os portugueses frequentaram as baías da Terra Nova. Aí se estabeleciam durante os meses do Verão, para pescar, salgar e secar o bacalhau que, no princípio do Inverno, transportavam para Portugal.
 
 
Pormenores do interior (à proa)
 
 
Considerando as dificuldades que deveriam encontrar nestas viagens, entendo que as caravelas latinas com três mastros seriam, sem dúvida, as que melhor se adaptavam para fazer a viagem para Oeste, normalmente com ventos pouco favoráveis, e suportar depois, nestas paragens, as difíceis condições de tempo que por lá se encontram.
Além de acomodação para tripulantes, achei que lhe seria imprescindível ter uma bomba para esgoto do porão, dois bons ferros para ancorar com segurança e um cabrestante para suspender estas pesadas âncoras.
 
Na escala de 1/75, este navio, teria, em tamanho real, as seguintes dimensões:
 
Comprimento………………………...26,20 metros
Boca…………………………………….8,50 metros
Pontal……………………………..……3,50 metros
 
António Marques da Silva
Caxias, 15 de Janeiro 2013
 
 
Fotografias – Arquivo pessoal da autora
Ílhavo, 24 de Janeiro de 2013
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Ana Maria Lopes
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