domingo, 23 de setembro de 2012

Traineira Alzirinha para passeios turísticos

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No Diário de Aveiro de 19 de Setembro, tive conhecimento que dois empresários da região acabam de adquirir e recuperar uma antiga traineira da pesca dasardinha com vista a promover passeios turísticos na ria e no mar. A ideia de Michael Pereira e Carlos Nogueirinha passa por apostar num produto diferente e diferenciado para grupos ou turistas individuais. O único problema é que várias portas se têm fechado a estes empresários. Em toda a laguna aveirense, ainda não lhes foi disponibilizado um cais para poderem exercer a sua actividade turística.
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A ideia de comprar a Alzirinha surgiu no âmbito da ligação que Michael Pereira já tinha com o sector marítimo-turístico. “Esta traineira, construída em 1963, em Setúbal, depois de ter estado vários anos dedicada à pesca da sardinha, chegou a pertencer a António d’Avillez, um conhecido empresário do sector dos vinhos. Foi, depois, comprada por uns outros senhores e, quando eles demonstraram interesse em vender a embarcação, achei que seria interessante recuperar um barco destes, para realizar passeios turísticos”, introduz Michael Pereira.
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A primeira vez que vimos a Alzirinha foi num sábado de Agosto, de maré cheia, no Canal de Mira, dia em que tinham lugar as habituais regatas «4 Horas Costa Nova». Quem a viu ficou surpreendido pela positiva. A Alzirinha, de popa de leque, cuja origem já foi referida pelo DA, deu-nos a ideia de que tinha sido restaurada para a finalidade MT, com todo o requinte. Achámos um restauro muito feliz e bem conseguido. Captámo-la, através de foto de TCS, nesse dia.
 
A Alzirinha exibe-se no Canal de Mira
 
Não sabendo em que porto estaria registada a embarcação (avistava-se uma tarja que divulgava Passeios Turísticos), esquecemo-nos dela, com tantas outras actividades em que participámos.
Eis que no último domingo, a traineira também acompanhou a Procissão da Senhora dos Navegantes, onde a pudemos observar de mais perto.

 
Traineira acompanha a procissão
 
Tivemos oportunidade de esclarecer o que não sabíamos – não tem cais onde acostar – dizia-se. Como é possível? Não percebemos bem…com tanta extensão lagunar?
Esclarece o DA que os proprietários, apesar de orgulhosos da sua obra, em que despenderam cerca de 140 mil euros, manifestam algum descontentamento, devido à ausência de um cais para operar.
De início, foram tudo facilidades e, agora, é o que é – referem.
Provisoriamente, mantém-se atracada junto às instalações do Sporting Clube de Aveiro, podendo já realizar passeios mediante marcação.
Será vantajoso para a região que os proprietários se vejam obrigados a transferir o barco para outras paragens? Não será para entender ou haverá interesses desconhecidos por trás do assunto?


Em tempo idos, em postal dos anos 50/60, recordamos o efeito de algumas traineiras de pesca acostadas no Canal das Pirâmides. Agora, há as comportas e muitas pontes que o impedem e …junto à antiga Lota? Poderá desfear o requintado espaço? Enfim…vamos a ver qual o destino da bonita e autêntica traineira.

 
Postal dos anos 50/ 60


Imagens – TCS e AML
Ílhavo, 23 de Setembro de 2012
Ana Maria Lopes
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4 comentários:

  1. O prometido é devido:-) só hoje tive disponibilidade para ler estes últimos textos fantásticos e ver as belíssimas ilustrações, adorei. Dou-lhe os meus sinceros parabéns por todo o trabalho que tem desenvolvido aqui no "Marintimidades" porque sei que o faz com um grande prazer e uma enorme dedicação, sempre com a preocupação de escolher assuntos importantes para a nossa região.
    Obrigada também pela sua participação no Grupo do Facebook "Aveiro a mais bela das regiões". Um grande beijinho, Ana Paula Lourenço

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  2. Cara amiga, obrigada pela gentileza. Que me empenho em tudo o que faço, é verdade. Pode ou não agradar aos outros. Se agradar, tanto melhor.

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  3. Com aquela cabina parece um barco de pesca brasileiro... já que gastaram dinheiro e a alteraram podiam ter feito mesmo um barco turístico... já não me lembro da lota no Rossio.... mas a «Vila de Ílhavo», construída na mesma data da dita, descarregava no que chama LOTA... e nesse tempo havia muitas traineiras por cá e arrastões costeiros laterais... hoje é uma pena ver a diminuta quantidade de navios acostados na lota costeira.... a maior parte são BARCOLETAS com menos de 6 metros...

    Antonio Angeja

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  4. A «Vila de Ílhavo» foi uma interessante experiencia:
    +Levou um grande motor «atlas imperial» que recebia as ordem por telegrafo mecânico, arrancava a ar comprimido e que teve passado algum tempo de ser encamisado de novo com camisas da Pachancho.... depois levou um novo motos muito mais pequeno comandado da ponte...
    +Pescou nos portos de Leixões, Aveiro, Fig Foz e Olhão... Primeiro tinha uma tripulação de 40 homens que alavam a rede à mão... e com «alador mecânico» tinha uns 16 homens...
    +Com o motor velho era uma das mais rápidas e os mestres, tanto cá como em Olhão, faziam autenticas corridas para chegarem à lota...

    Antonio Angeja

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