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Tudo
quanto avistamos da janela é Ria e já foi muito mais, mas este braço que banha
a Costa Nova é o dito Canal de Mira.
Há
muito que os barcos moliceiros que o
povoavam na sua amplidão, qual aves deslizantes sobre as águas, deixaram de o
fazer.
Com
a mudança dos tempos e dos costumes, o moliço que também esteve na origem da
fertilização dos terrenos circundantes, sobretudo através da retenção das suas águas,
também foi aos poucos desaparecendo.
Tantos eram, em 1933…
A
ria já não é o que era, mas que a paisagem lagunar se animasse era nosso
desejo.
As
velas dos barcos desportivos, de recreio e lazer também têm o seu lugar no
embelezamento lagunar e, desde as pequenas gamelas
chamadas «optimists» aos mais elegantes Vougas, a gama de embarcações que
utilizam maior ou menor área vélica, branca ou alindada por listas coloridas,
é, hoje, de uma diversidade infindável. Os diferentes clubes locais que
organizam regatas de âmbito regional e nacional das várias classes de
embarcações têm também esse objectivo, além de outros, igualmente importantes,
como a formação de velejadores.
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Desde
o ano passado, o moliceiro tradicional PARDILHOENSE,
destinado ao turismo marítimo, acrescido, este ano, do MARNOTO, com o mesmo fim, vieram trazer alguma beleza e animação a
esta região lagunar.
PARDILHOENSE, em ria aberta…em
2011
MARNOTO, aproado à Ilha
Branca… em 2012
Pena
que sejam só dois exemplares. Fazemos votos por que os turistas entendam o
verdadeiro sentimento do turismo credível, que apreciem o que é velejar só com
os ruídos próprios da laguna, o chap-chap
da água contra o costado da
embarcação, o piar de alguma gaivota ou gaivina, perdida do bando, em horizonte
ora de um azul cristalino, ora envolto em bruma e nos venham a dar a
oportunidade de termos três ou quatro moliceiros
para nos avivarem a paisagem lagunar, outrora tão naturalmente embelezada.
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Imagens de arquivo da autora do blogue.
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Costa Nova, 12 de Agosto de 2012
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Ana
Maria Lopes
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