Não é que umas casas adiante da minha, na mesma rua, residem mais talheres do Titanic, autênticos, com a mesma origem, há cerca de meio século? Fiquei ansiosa por vê-los, fotografá-los e ouvir a versão do achado, quase há cem anos.
Colheres de chá
Em tudo era concordante com a que toda a vida ouvira e alargou-me mais os horizontes, acicatando-me o espírito de pesquisa e a curiosidade inerente.
Garfos
Lembrei-me, só agora, de ir ao Arquivo do MMI consultar as fichas vindas do GANPB e certificar-me de dados mais concretos do suposto achador – João Grilo, de alcunha, Frade.
Se o nome da pessoa não for completo, não se consegue facilmente o objectivo, mas, com paciência e consulta de outros documentos, lá chegámos à ficha do Capitão João Francisco Grilo:
Ficha do GANPB
Fornece-nos muitos dados, entre os quais o local e a data de nascimento, Ílhavo, em 1894, e navios que comandou.
À época, 1912, capitaneava um primeiro lugre Trombetas, da mesma firma (Lusitânia Companhia Portuguesa de Pesca da Figueira da Foz) que o lugre Leopoldina, que João Francisco Grilo também comandou, mas não nesse ano.
À época, também da Figueira, comandava o meu Avô, nascido em 1885, o lugre Golphinho. Sendo aparentado e amigo de João Grilo, recebeu as colheres que este «pescara» e lhe oferecera, como relíquia do inafundável Titanic.
Terei ou não razão no título deste arrazoado?
Quem quiser estar por dentro do verdadeiro espólio do Titanic, tem que colocar Ílhavo na «rota» do seu destino.
Ou por que não a RMS Titanic pensar em fazer um exposição, em Ílhavo? Nunca se sabe.
Rotas cruzadas – Viagem inaugural do Titanic e ida para os pesqueiros dos lugres da Pesca do Bacalhau.
Imagens – Arquivo da autora do blog
Ficha do Grémio– amável cedência do MMI
Ílhavo, 24 de Outubro de 2011
Ana Maria Lopes
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Fiquei encantada com as informações que revela e com a curiosidade de saber mais.
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