sexta-feira, 10 de julho de 2009

Regresso do Mar, de Lázaro Lozano, enriquece MMI


Com conhecimento habitual de que “ia à praça”, em leilão de arte moderna, no Palácio do Correio Velho, um óleo de Lázaro Lozano, reforçado por mais um alerta da Direcção do Museu, a Associação dos Amigos do Museu de Ílhavo tinha de ponderar bem e de agir rapidamente, perante a peça em questão. Nem sempre aparece e a base de licitação não era exorbitante.
As hostes agitam-se, como habitualmente, aventam-se hipóteses, criam-se sonhos, de telefonema em telefonema, de e-mail em e-mail, de consulta em consulta!

Contactado “marchand” de nossa amizade, em Lisboa, estipulado um “plafond”económico, ia-se tentar conseguir o melhor e, ontem, primeiro de Julho, pelas 21 horas, o leilão começou.

O serão pareceu infindável, com a ansiedade criada, mas eis que perto da meia-noite, a boa nova chegou. Os Amigos do Museu, na perseguição de uma colecção de arte marítima representativa para a Instituição, tinham acabado de obter o óleo sobre tela, Regresso do Mar, de Bonifácio Lázaro Lozano, de 50 x 61cm, assinado, datado no verso (6.1990), como é hábito do Artista.

Regresso do Mar

Lázaro Lozano é um nome de referência numa colecção de pintura de temática marítima.
Nascido de pais espanhóis, na Nazaré, em 1906, morreu em Madrid, onde também tinha atelier, em 1999.
As suas figuras de pescadores e pescadeiras, que não enganam ninguém versado no assunto, dramáticas, têm um misto de realismo e de mística; são patéticas, atraem-nos e embriagam-nos.


Lozano reúne em si o sentido trágico da alma espanhola e o lirismo do sentimento lusíada – escreve Pamplona, acerca do Artista.

É intenção do Sr. Director do Museu que a obra de arte seja apresentada, publicamente, a 8 de Agosto, dia em que a instituição comemora os seus 72 anos de vida.

Já agora, lembramos sobretudo aos Amigos do Museu as obras de arte que a AMI ultimamente adquiriu, num espaço de dois anos e gostaríamos de as ver expostas, como é hábito em muitas instituições museológicas, com a intenção de as fruir, como obras de arte que são, e de tentar angariar mais adeptos para a Associação:

- “Marinha – Barcos na Ria de Aveiro”, de Cândido Teles (1921 – 1999), óleo sobre madeira, assinado e datado de 1941. Dim. – 17x 12 cm

- “Barco à vela “ de João Vaz (1859 – 1931), aguarela sobre papel, assinada. Dim. – 23x11 cm

- “Nazarena” de Lino António (1898-1974), 1929, desenho a lápis sobre papel. Dim. – 54x43 cm

- “Costa-Nova” de Fausto Sampaio (1893-1956). 1933. Óleo sobre madeira. Dim. – 50x62 cm

- E, agora, este Lázaro Lozano.

Não temos descurado outro tipo de espólio – foi o caso da construção do molinete do Faina Maior, a que também dediquei um post.
E aguardemos o dealbar de 2010, pois outras surpresas suceder-se-ão.

Imagem – Arquivo da leiloeira

Ílhavo, 2 de Julho de 2009

Ana Maria Lopes
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1 comentário:

  1. Cara Doutora,

    Li o seu texto no «O ILHAVENSE» sobre este assunto... Não sei qual o quadro de João Vaz que compraram... Gosto imenso deste pintor e dos seus trabalhos....incluindo as decorações que fez em alguns edificios como o Hotel do Buçaco e Museu Militar. Mas se um dia for a Cascais, ao museu CASTRO GUIMARÃES, no primeiro andar pode ver duas das suas pinturas e uma delas é de duas «ILHAVAS» em Setubal.

    Quanto á AMI´.....Acha que conseguem juntar mais socios com a actual politica?????????? Entre no site do MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA e veja aquilo que os amigos daquele museu tem para oferecer aos sócios ao longo do ano????????

    Quando entrei para a AMI inscrevi-me com o dobro da quota da altura....a minha mulher também se inscreveu.....HOJE PENSO SÉRIAMENTE SAIR PORQUE FUI AO MUSEU PARA PAGAR AS QUOTAS POR DUAS VEZES....E NADA...

    Lembro ainda que eu até deveria ser considerado sócio desde que ofereci duas embarcações ao museu (de uma veio até a noticia no «o Ilhavense») e por obras de magica desapareceram.

    Antonio Angeja

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