Segundo o catálogo da Exposição Fotográfica “A FROTA BACALHOEIRA”, levada a efeito no MMI., de 8 a 30 de Maio de 1999, o Primeiro Navegante surge descrito como um lugre com motor, de madeira.
Foi construído na Gafanha da Nazaré, em 1940, por Manuel Maria Bolais Mónica para a empresa Ribaus & Vilarinhos, Lda., sediada na Gafanha da Nazaré. Perdeu-se, por encalhe, à entrada da barra de Aveiro, frente ao Farol, em Outubro de 1946.
Hoje, dia 2 de Agosto. Dia de sol, quente, mas ventoso. O noroeste fustiga-nos.
Cercada de anúncios de festas, festivais, festividades, inaugurações, aniversários, lançamentos, concertos, fogos de artifício e outras coisas mais rimadas com festivais, prefiro, por enquanto, estar por detrás da minha "janela virada para a ria”, a observar a paisagem: o que era, o que é e o que virá a ser, no tempo dos meus netos… Ainda haverá ria?
A dificuldade do programa consiste na escolha, dada a diversidade. Então, onde está a tão apregoada crise?
Deixemos os pensamentos negativos.
Isto veio-me à cabeça tudo, por causa do Primeiro Navegante…Entretanto, divaguei…
Claro, a ria vai dar ao mar e, ao remexer nas gavetas do computador, deparei com estas três imagens do referido lugre, após o encalhe, que sempre me empolgaram. Gostaria de ter assistido. Impossível! Imagino que terá sido um motivo de romaria. Um corre-corre para observar uma bisarma daquelas estatelada no areal, sem remissão possível… teria sido dramático. Talvez o belo…horrível! Além do mais, era uma embarcação com apenas seis anos. Tenciono tentar saber mais alguma coisa sobre este naufrágio, se conseguir.
Contava-me o meu Pai que, nesse ano, bacalhaus escalados, espalmados e salgados tal como são acamados no porão do navio, após a salga, deram à costa, a boiar, chegando a aparecer na própria ria.
Nesse ano, é que houve, pelos vistos, festival do bacalhau, a sério, sem encenações.
Foi construído na Gafanha da Nazaré, em 1940, por Manuel Maria Bolais Mónica para a empresa Ribaus & Vilarinhos, Lda., sediada na Gafanha da Nazaré. Perdeu-se, por encalhe, à entrada da barra de Aveiro, frente ao Farol, em Outubro de 1946.
Hoje, dia 2 de Agosto. Dia de sol, quente, mas ventoso. O noroeste fustiga-nos.
Cercada de anúncios de festas, festivais, festividades, inaugurações, aniversários, lançamentos, concertos, fogos de artifício e outras coisas mais rimadas com festivais, prefiro, por enquanto, estar por detrás da minha "janela virada para a ria”, a observar a paisagem: o que era, o que é e o que virá a ser, no tempo dos meus netos… Ainda haverá ria?
A dificuldade do programa consiste na escolha, dada a diversidade. Então, onde está a tão apregoada crise?
Deixemos os pensamentos negativos.
Isto veio-me à cabeça tudo, por causa do Primeiro Navegante…Entretanto, divaguei…
Claro, a ria vai dar ao mar e, ao remexer nas gavetas do computador, deparei com estas três imagens do referido lugre, após o encalhe, que sempre me empolgaram. Gostaria de ter assistido. Impossível! Imagino que terá sido um motivo de romaria. Um corre-corre para observar uma bisarma daquelas estatelada no areal, sem remissão possível… teria sido dramático. Talvez o belo…horrível! Além do mais, era uma embarcação com apenas seis anos. Tenciono tentar saber mais alguma coisa sobre este naufrágio, se conseguir.
Contava-me o meu Pai que, nesse ano, bacalhaus escalados, espalmados e salgados tal como são acamados no porão do navio, após a salga, deram à costa, a boiar, chegando a aparecer na própria ria.
Nesse ano, é que houve, pelos vistos, festival do bacalhau, a sério, sem encenações.
PRIMEIRO NAVEGANTE – Outubro de 1946
Fotografias – Arquivo pessoal da autora
Costa-Nova, 2 de Agosto de 2008
Ana Maria Lopes
Sempre interessantes as suas escritas e pensamentos.
ResponderEliminarPobre PRIMEIRO NAVEGANTE nessa agonia na areia.
É sempre triste presenciar o fim de um navio, seja encalhado numa qualquer costa, seja num estaleiro de sucateiros ou nas praias da India, onde agora morrem a maior parte dos grandes navios.
Voltando ao infeliz NAVEGANTE, na sua época ainda havia uma certa ingenuidade na escolha de nomes para os navios, que se tem perdido com os anos à medida que morrem as tradições marítimas em Portugal e impera um certo mau gosto recente.
Há tempos observei um arrastão costeiro português chamado BRUTIMAR. Coitadinho, e a estética do navio coincidia com o nome...
Sempre uma aprendizagem vir ao teu blogue..e triste ver como navios tão lindos acabam
ResponderEliminarBoa noite.
ResponderEliminarMais um dos meus artigos favoritos no Marintimidades, pois cheira a bacalhau e como com quase todos os navios da frota(infelizmente), a tragédia. Das 3 fotos conheço a 2ª, mais escura e fico sempre bastante contente ao encontrar fotos novas deste passado que me fascina.
A história deste lugre faz-me pensar num naufrágio ocorrido a 14 de Setembro de 1606. Nove meses antes partia da Índia mais uma enorme nau Portuguesa "cheia como um ovo" de tudo quanto se vendia a bom preço na Europa; era a "Nossa Senhora dos Mártires". Após tamanha viagem já de 6 meses, ancorou cerca de 3 nos Açores como era habitual na carreira da Índia e regressando a Lisboa, com ventos e mar desavindos, foi forçada a embater contra as rochas à entrada do Tejo, onde hoje é o Forte de S. Julião da Barra. Tal como o bacalhau escalado do Primeiro Navegante à deriva pelas águas da Ria, em 1606 era tanta a pimenta que a barra do Tejo esteve negra durante dias.
São duas tragédias que com as devidas diferenças e proporção, me parecem muito tristes no facto de terem ocorrido "já em casa", a ver gentes e familiares a sorrir e a acenar.
Vida do mar é mesmo assim. Só com os pés assentes em terra se louva a Deus ter chegado a salvamento e mesmo assim... por vezes até à terra o mar os vem buscar.
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt
que imagens!!!
ResponderEliminarmas a história do festival do bacalhau tem graça ;) pelo menos aproveitou-se alguma coisa...
Eis um retrato dificil de os jovens entenderem porque hoje não se descreve muito o passado o que é pena !
ResponderEliminarQuem mais nos traz a ribalta estas e outras vivencias passadas ?
A Dra Ana Maria Lopes ,claro que nos traz a lembrança estas coisas do antigamente ,do nosso passado bacalhoeiro e por isso este naufragio foi uma tristeza com certeza e eu que o diga porque assisti a alguns e mais e menos é de arrepiar ,ver um navio desaparecer no fundo do mar ,ou encalhar em qualquer parte da costa e terminar aí numa praia qualquer ,diria mesmo horroroso !
obrigada Dra cumprimentos jaime pião !