Mas as memórias de outros tempos, homenageadas pela CMI não ficam por aqui...
Assistimos com frequência a vários Encontros que visam a preservação das embarcações tradicionais.
Ainda há pouco tempo, o tema SOMOS CAPAZES DE TRANSMITIR O PATRIMÓNIO MARÍTIMO ÀS GERAÇÕES FUTURAS? era debatido por estudiosos de cerca de quinze países, no Ecomuseu do Seixal.
A pseudo-solução de expor numa rotunda, a céu aberto, uma embarcação, é um convite urgente para uma morte anunciada. As diferenças de temperatura suportadas, o sol tórrido, a chuva fria, os vandalismos de hoje e a ausência de qualquer manutenção, aceleram o processo.
O interior da barca…2010
Vista de popa
Pormenor da proa
E magoa ver uma, outra, e outra, e muitas vezes em que passamos à rotunda da Estrada da Mota, a barca Os Velhotes, A 738 TL, a degradar-se, transformada num montão de lenha mais apropriada para ser consumida por labaredas.
E se isto me acontece a mim, que sentirá o Ti Manel, que, apesar da vetusta idade (89 anos) e dos achaques, ainda dá a sua voltinha de bicicleta até à Ria e até à barca? Que solução lhe dar?
Seremos nós capazes de preservar todas as embarcações tradicionais de que gostamos e que fazem parte das memórias das gentes ribeirinhas? Ou teremos de lhes arranjar uma auto-sustentabilidade, servindo-as, sem nos servirmos delas?...
Fotografias da autora do Blog.
Ílhavo, 22 de Outubro de 2010
Ana Maria Lopes
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Triste o povo que deixa morrer a sua cultura popular, as tradições, artes e oficios transmitidos gerações a fio até aos "tempos modernos e globais" que de modernos tem a faculdade de clonar todos da mesma forma nos gostos cultura e identidade.Deixamos de ser Portugueses com mil anos de história, e passamos à história...
ResponderEliminarCara amiga, costumo desviar-me de lugares onde os barcos servem de adornos e provas vivas à ignorancia de quem nos governa, porque me incomoda ver um barco morrer desta forma. É um pouco de nós que morre com ele...
Abraço desde Viana
Cara amiga,
ResponderEliminarSubscrevo na integra o comentário anterior.
Cumprimentos,
Reinaldo Delgado
Bom dia.
ResponderEliminarJá há dias no blogue do amigo José "Carioca-da-Vila", se comentava sobre uma motora vilacondense adornar uma rotunda. Entre não existirem de todo ou uma existente confinada a um "caixão" de vidro, concordei que um desses barcos fosse posto numa rotunda. Mas a verdade é que, como diz o BarcoAntigo, tal também é deprimente e denota o nosso quase fim como nação de mareantes. Como se costuma dizer, "barcos em terra, mau tempo no mar" e mau tempo cultural é um fartote no Portugal actual.Os barcos têm é de estar na água e serem usados, ponto final.
Do pouco que sei, julgo que se não houver um Ministério da Cultura que force e promova as coisas acontecerem, então é muito difícil reavivar os barcos e sua imensa cultura envolvente. Sinto que estamos também nisto, envolvidos numa teia enorme de desinteresses (ou interesses?) e os poucos que realmente se interessam mal conseguem desprender um braço dessa teia e constroem um barco.
Ainda assim lá se vai fazendo umas coisas, mas sem esse tal "poderio" central a interessar-se por esta vertente cultural Tão portuguesa, não iremos a nenhum lado em força, só rastejando.
Impressiona-me ver cartazes turísticos de Portugal das décadas de 50, 60 até 80 onde lá estão os tão admirados barcos portugueses, que tanto turista trazia às costas portuguesas e suas pitorescas comunidades de pescadores. Um caso extremo e, perdoem-me, vergonhoso está por exemplo em Cascais, onde nos anos 60 e talvez 70 ainda se viam os pescadores a trazer o peixe pelo areal para cima. E hoje? Alguém sequer permite imaginar-se a "coqueluche" dos arredores de Lisboa a permitir isso?
Como esta vila de pescadores, a maioria da costa portuguesa sofreu do mesmo. Eu cresci e criei mil fantasias por entre barcos e as mulheres a trazer o peixe para cima no areal da Póvoa, mas hoje entristece-me ver que tudo foi destruído e "ordenado".
Enfim, não nos alonguemos senão vou entupir o blogue à Dr.ª Ana Maria.
Como alguém disse, "Eles tramaram-nos bem tramados". Bem pior que a pobreza nos bolsos, é a pobreza na identidade. Isso sim, pode ser o fim de um povo, de uma vila, de um país.
P.S. Perdoe a Dr.ª a referência, mas importante importante para a nossa cultura é que hoje a "Penthouse" passa a ser publicada em Portugal. Assinaturas pelos pelouros da Cultura serão um sucesso... .
Atentamente,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt
Drª já que fala em moliceiros, vá até à Brucha e veja o que lá está, no seu lado direito, na ria...
ResponderEliminarC'est un monsieur fort sympathique, quelqu'un d authentique avec énormément de charisme , aimé et respecté de tous . il habite un petit village au Portugal , je le connais bien car ce grand homme fait parti de ma famille c'est mon grand père, pour lesquels j ai immensément de respect et d amour. je suis fier d appartenir à sa famille et c'est un honneur d être son petit fils ......je t aime grand père
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