A 24 e 25 de Outubro de 2008, o Ecomuseu Municipal do Seixal acolhe o XIV Fórum da Associação dos Museus Marítimos do Mediterrâneo, tendo para a sua organização sido adoptado o tema dos “Inventários e divulgação de património marítimo e fluvial – o papel dos museus e a participação das comunidades”, tema que é um dos meus predilectos.
A experiência dos museus de temática marítima na investigação, na documentação e na divulgação de património poderá ser rentabilizada quer através do envolvimento e participação das comunidades, quer por meio dos projectos de difusão em redes, privilegiando o acesso público à informação e aos conteúdos produzidos através da Internet.
Constata-se a necessidade da realização de inventários de património marítimo e fluvial em Portugal, incluindo embarcações tradicionais. Aqueles devem abarcar a identificação e a classificação de tipologias, procurando em simultâneo desenvolver o quadro legal e definir medidas de protecção e de salvaguarda patrimonial, em relação às embarcações existentes, e integrar o património material e imaterial.
O XIV Fórum sobre Património Marítimo do Mediterrâneo centrar-se-á nestas matérias.
Divulga o Ecomuseu Municipal do Seixal que, através da sua organização, visa contribuir para promover a troca de experiências e do desenvolvimento da cooperação entre museus marítimos e outras entidades envolvidas no conhecimento, na salvaguarda e na valorização do património marítimo, tendo por referência o Mediterrâneo.
É exactamente disso que estou à espera: rever amigos, conhecer outras pessoas com gostos afins, partilhar experiências e saberes e ….revisitar o Seixal, cujo Município, através do seu Museu, tem tido um papel preponderante na preservação de embarcações tradicionais do rio Tejo.
A par do programa científico, destaca-se a visita e estadia no estuário do Tejo do Palhabote Santa Eulália, pertença do Museu Marítimo de Barcelona.
Aguardo com expectativa a intervenção de representantes de Museus ou Associações nacionais, nomeadamente:
Graça Filipe – EMS – Valorização do património e da cultura flúvio-marítimos: o papel dos museus
Elisabete Curtinhal e João Martins – EMS – O projecto e a realização do inventário de embarcações tradicionais no estuário do Tejo
João Serrano – A candidatura da Cultura Avieira a património nacional e a acção das associações para o desenvolvimento humano
Celso Santos da Associação Cultural para a Preservação e Dinamização do Património Naval e Cultural do rio Sado
José A. Rodrigues Pereira, Director do Museu de Marinha de Lisboa - O Museu de Marinha e a preservação das embarcações tradicionais portuguesas
Das intervenções dos representantes de museus, associações ou fundações estrangeiras, interessam-me, sobretudo, as participações:
Le Fichier des bateaux d’intérêt patrimonial, en France, por Marc Pabois
O inventário do património marítimo italiano, por Giovanni Panella
El mundo de las asociaciaciones en la preservación del património: el caso del Museu Marítim de Barcelona, por Elvira Mata
Le comunità litorali del médio Adriático, por Maura Silvagni
Após a sessão de Debate e Conclusões, que terá lugar no final da manhã do dia 25, sábado, seguir-se-á, pelas 15h e 30 um passeio no Tejo, a bordo do bote de fragata Baía do Seixal.
Imagens – Arquivo do M.M. de Barcelona e pessoal da autora
Ílhavo, 21 de Outubro de 2008
Ana Maria Lopes
Boa noite.
ResponderEliminarPassei a última hora a conversar com a minha esposa sobre o porquê de os famosos barcos poveiros estarem completamente arredados fisicamente das comunidades a que pertenciam, nomeadamente a P. de Varzim e de como não me conformo com isso, quando vejo por exemplo o Seixal ou a Galiza a fazerem tanto. Descubro agora este seu artigo de hoje e vem mesmo a calhar.
No seu vasto conhecimento dos barcos tradicionais desde algumas décadas, não terá notado que é estranho uma comunidade famosa pelos seus barcos como a Póvoa não ter praticamente nada a fazê-los reviver, com associações, novas construções, um clube naval de vela poveira, etc.? Existe a lancha "Fé em Deus", mas vejo-a como o início de algo que nunca se desenvolveu desde princípios dos anos 90 quando foi construída. Os barcos têm de ser plurais e não exemplar único, quase de élite.
Não deveria a Póvoa estar representada neste excelente fórum do Seixal?(pergunto isto a responsãveis pelo município). Sigo o trabalho feito no Seixal já há bastante tempo e é um belo exemplo de trabalho e querer, acima de tudo orgulho nos seus Barcos, reflexo das suas Gentes. Anseio ver algo parecido na Póvoa de Varzim, uma oficina naval, vários barcos poveiros de diferentes tamanhos nas praias a serem usados por exemplo com turistas,como se fazia no passado e os pescadores ganhavam uns tostões extra, um clube naval por exemplo com meia dúzia de catraias ou caícos a ensinar vela tradicional, enfim, são imensas as aplicações e as pessoas que reuniria em prol da tradição.
Termino por agora senão não páro de escrever.
Atentamente,
www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt
A Dra. Ana Maria, que neste Fórum vai intervir, como quem está no seu mundo, vai enriquecer os outros, com os seus muitos e diversificados conhecimentos.
ResponderEliminarEstou certo de que, no regresso, sempre nos há-de oferecer algumas novidades ou pistas para, porventura, começarmos a caminhar mais a seu lado...nesta área do nosso mar e da nossa ria...
Cumprimentos amigos
Fernando Martins