sábado, 23 de abril de 2011

Bateira de Recreio «NAMY» - 3

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Foi esta a vida da minha primeira NAMY, aquela com que tentei o Amigo Marques da Silva a recriar em miniatura, com as mãos que já lhe conhecemos. Parece uma jóia.

Modelo visto de cima

Escrito de Marques da Silva:

Quando se visita a Sala da Ria do Museu Marítimo de Ílhavo somos surpreendidos pela presença de uma airosa e bela bateirinha.

O seu delicado aspecto causa-nos surpresa, porque as bateiras da ria, mesmo as mais pequenas, sendo de construção aprimorada, são sempre de estrutura mais resistente.

Esta, dado o fim a que se destinava, foi construída com muito gosto e atenção. Aplicaram madeira leve e cavernas embraçadas (ou embaraçadas), que permitem menos espessura de braços. Encontrámos este tipo de construção na bateira dos cagaréus, que sendo igualmente pequena e leve, era utilizada no transporte do pessoal das marinhas.

A bateirinha de Recreio “NAMY”, registada com o número A 7892. R, utilizada para passeio de veraneantes da praia da Costa Nova tinha além das bancadas de remar e do mastro, mais um assento na casa de ré, com antepara de encosto.


Pormenor da proa


Usava quatro remos leves em quatro forquetas, aplicadas nos bronzes da borda.
Para maior alindamento, o construtor substituiu o xarolo do leme, por uma cruzeta em meia-lua, com furos nos extremos para os gualdropes.

Na construção do modelo desta bateira, apliquei tola no fundo, choupo nos costados, limoeiro nas cavernas, nas rodas da proa, da popa e nas bancadas. Fiz os remos de tola, a âncora, as forquetas e a ferragem do leme em arame de cobre.

Procurei concluir a pintura com tintas idênticas às cores originais.

Dimensões encontradas:
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Comprimento ------- 4,90
Boca -------------------1,15
Pontal -----------------0.33
Nº de cavernas ------- 22

António Marques da Silva

30. 12. 2010

Fotografias – Arquivo pessoal da Autora

Ílhavo, 23 de Abril de 2011

Ana Maria Lopes
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terça-feira, 19 de abril de 2011

O SMM de largada para o Canadá... boa viagem!

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Depois da despedida dos últimos homens da pesca do bacalhau à linha, aspergido por uma chuva amena, o navio deslizou nas águas prenhes e transbordantes da Ria.
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O Santa Maria Manuela, tendo partido do Cais dos Bacalhoeiros, na Gafanha da Nazaré, saiu hoje a Barra de Aveiro para a sua primeira viagem transatlântica, depois de recuperado.



Com destino a Toronto, no Canadá, lá estará de 10 a 13 de Maio. Daí partirá para St. John’s, porto histórico para a Frota Branca, onde será acolhido, em princípio, a 22 do mesmo mês.

Ontem, pelo fim da tarde, um grupo de Amigos do SMM, portugueses e canadianos, entre os quais se encontravam algumas personalidades que participaram no projecto «DE NOVO NA TERRA NOVA», a bordo do NTM Creoula, em 1998, confraternizaram a bordo.


A Embaixadora do Canadá visita o navio


O Reitor da UA e a Esposa do Governador do Canadá em 1998, recordam o encontro de então


Amigos canadianos a bordo, entre os quais Jean Pierre Andrieux (de frente)

Aníbal Paião explica aos ilustres visitantes a função do dóri

Recordação de um passado recente, com os olhos postos, com esperança, no futuro.

Imagens da autora do blog.

Ílhavo, 19 de Abril de 2011

Ana Maria Lopes
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Bateira de Recreio «NAMY» - 2

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Em 1943, nasci eu e fizeram grande desfeita à dona da embarcação. O meu Avô rebaptizara a bateirinha com o nome da neta – NAMY (Ana Maria), que não pegou à nova proprietária.

Em documento oficial comprovativo do seu cancelamento, por más condições de segurança, em 10.7.1985, tive conhecimento exacto das suas dimensões – comprimento, 4.90 metros, boca, 1.14 m. e pontal, 0.30 m – e que tinha sido adquirida na Secção náutica do Clube dos Galitos, por 200$00.
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Em 22 de Setembro de 1946, mais uma vez, foi concorrente das Regatas da Senhora da Saúde, na 3ª corrida das caçadeiras, com Maria Isabel Duarte Silva como timoneira e Ruy Peixe, aos remos, segundo o jornal da nossa terra (20. 9. 1946).


Vaz Velho, Alcina Cachim e Manuela Vilão


E assim começámos como as moçoilas do tempo da minha Mãe a usufruir da ria de um forma directa e saudável, como hoje não é possível.

Algumas inovações: passeios até à Biarritz com aproveitamento de marés, banhocas reconfortantes, mergulhos da proa, travessias até à Bruxa a nado, com apoio da bateira ou a remo e tudo o mais quanto a imaginação nos despertasse fazer.

O Zé Maria Vilão e eu

No parecer de Alberto Souto, pelos anos 30, estas aprimoradas bateiras eram encomendadas pelos capitães dos antigos lugres de Ílhavo para que os filhos pudessem usufruir dos prazeres da ria, quando, em férias, na Costa Nova.
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Era eu quem a amoirava com frequência, enfiando a argola de ferro no colorido moirão frente à casa de Verão. Tempos em que se recolhia, a nado!!!!!


Em segundo plano, a NAMY amoirada – Postal dos anos 60


Já casada e mãe do primeiro filhote, saboreámos os três os prazeres de uma maré viva, cheiinha, transbordante, reflectida, em que os roliços remos de forqueta cortavam a água espelhada.

(Cont.)

Ílhavo, 19 de Abril de 2011

Ana Maria Lopes
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domingo, 10 de abril de 2011

Bateira de recreio «NAMY» - 1

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As «NAMY» da minha vida…

São hoje objectos de museu as minhas bateiras.

Cada uma com a sua história e a sua época. Estão, presentemente, em exibição, na Sala da Ria do MMI.

A que época remontar?

A primeira, graciosa, apitorrada, branquinha e verde, a NAMY, A 7892. H existe pelo menos desde 1935, com 76 anos e pertencera, primeiro, a minha Mãe, com o nome de NENÉ. Tenho muita pena de nunca me ter vindo parar às mãos nenhuma foto dela com esse nome, mas sei bem que assim foi.


NAMY, na Sala da Ria do MMI

Foi na NENÉ que as meninas dos anos trinta, na Costa Nova, passaram a sua meninice na Ria, em competições de remo, em são convívio, no então Bico, nas coroas, na apanha de bivalves, à pesca de recreio, já que as espécies piscícolas abundavam, então, nessa época: grossas enguias, belas e espalmadas solhas, robalinho prateado, alguma tainha distraída e, frequentemente polvos de olhar fixo e aspecto repugnante. Era assim a nossa ria.
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Notícia escrita,  fidedigna, da sua existência, obtenho-a através de O Ilhavense de 15 de Setembro de 1935, em que aparece como participante, na modalidade caçadeiras, em grandiosa regata então efectuada na Costa Nova (Costa-Nova-do-Prado, 200 Anos de História e Tradição, de SF., p. 131), no dia 15 de Setembro de 1935.
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Lemava- a D. Felicidade Mano e era remador Mário Graça.
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E todos os longos verões, a NENÉ ia para a Costa, enquanto passava os invernos bem acolhida e vigiada no travejamento dos armazéns da carpintaria da seca, onde se construíam e reparavam os dóris, sob a vigilância do sr. Zé Vicente.

(Cont.)

Ílhavo, 10 de Abril de 2011

Ana Maria Lopes
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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Faina Maior no Museu de Marinha

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Como previsto, no passado dia 31 de Março, teve lugar no Pavilhão das Galeotas do Museu de Marinha, o lançamento da 2ª Edição do livro Faina Maior – A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova, de Francisco Marques e Ana Maria Lopes.

A apresentação esteve a cargo do Sr. Comandante Rodrigues Pereira, que fez uma análise detalhada do livro, bem como das circunstâncias em que tinha sido lançada a 1ª Edição, chancela de grande Exposição, em 1992, no MMI, com nome idêntico. A todos estes acontecimentos, teve o Amigo Rodrigues Pereira oportunidade de assistir, enquanto Capitão do Porto de Aveiro, à época.

Não queríamos que este evento passasse despercebido no Marintimidades. Já que a notícia não pôde ser feita em cima da hora, tentamos valorizar o brilhantismo da cerimónia, o afecto entre os participantes e, sobretudo, conterrâneos, que não se viam há muito tempo, o interesse em torno do livro. Aqui deixo umas imagens significativas.

Além de muitos autógrafos, fizeram-se dedicatórias a interessados, desde Ílhavo à Fuseta, ambos, grandes actores da Faina Maior.

Sr. Director do Museu de Marinha dá as boas-vindas
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Apresentação


Parte da assistência
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Palavras de satisfação da co-autora


Autógrafos. Em terceiro plano, o Amigo Comandante Luís Ágoas


Mais uma vez, agradecemos aos Srs. Almirantes Vilas Boas Tavares, pelas facilidades concedidas pela Comissão Cultural de Marinha e Bossa Dionísio, Director do Museu de Marinha, pela maneira gentil como fomos recebidos e apoio prestado pelo Museu, sendo de salientar a presença do Vice-Chefe do CEMA, Sr. Almirante Carvalho Abreu.

Imagens – Do Sr. Salta, gentil cedência do Museu de Marinha

Ílhavo, 4 de Abril de 2011

Ana Maria Lopes
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sábado, 2 de abril de 2011

Faina Maior a bordo do Gil Eannes

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Ontem, 1 de Abril, em ambiente acolhedor, a bordo do Gil Eannes, a representação da Associação dos Amigos do Museu de Ílhavo foi afavelmente recebida pelo Sr. Dr. José Maria Costa, Presidente da Câmara de Viana do Castelo, por inerência do cargo, Presidente da Fundação Gil Eannes.

Mesa e convidados

Perante uma assistência que poderia ter sido mais numerosa, mas extremamente participativa, apresentámos a 2 ª Edição do livro Faina Maior – A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova.

Após as intervenções, houve espaço para diálogo, em que o entusiasmo foi notório.



Quem esteve presente, acarinhava, mesmo, o tema: – antigos actores da Faina Maior, dentre eles, o Sr. Capitão Luciano Gaião; Reinaldo Delgado, pesquisador persistente sobre navios e navegação e pertinaz bloguista; José Felgueiras, Presidente da Junta de Freguesia de Esposende, estudioso dos navios construídos nos estaleiros de Fão e Esposende, a partir de 1850, de que muitos ílhavos, identificados, fizeram parte das tripulações; homens entusiasticamente ligados aos estaleiros, Sr. Aires Carvalho, antigo operário dos ENVC…

E que agradável encontrar os Amigos João Paulo Baptista, o “mestre” da Barcos do Norte e sua irmã, Ivone Baptista, Directora do Museu Municipal de Esposende, orgulhosamente filhos de antigo Faroleiro de Esposende.


Com a Ivone Baptista

Conversámos com o Capitão Manuel de Oliveira Martins, que já conheciamos “virtualmente”. Fora, à época, imediato do meu “afilhado” navio-motor São Jorge (1956), quando este naufragou em 1974, com incêndio na casa das máquinas, na viagem de regresso de St. John’s – tripulação salva pelo  Novos Mares.

Em diálogo entusiasmado, alguns projectos foram arquitectados e desafios, lançados, entre os presentes (ílhavos e vianenses).

Por motivos passageiros de saúde, lamentamos não ter sido possível estar presente o Capitão Vitorino Ramalheira, ícone vivo entre o Gil Eannes e Ílhavo.


Os nossos agradecimentos à simpatia da Dra. Lúcia Afonso, que carinhosamente preparou a cerimónia.

Voltámos com a satisfação da missão cumprida, com a certeza de que juntámos mais uma pequena peça ao  grande “puzzle”, que é a Faina Maior.

Imagens – Cedência amável do Amigo Tito Cerqueira

Ílhavo, 2 de Abril de 2011

Ana Maria Lopes
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